segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Motivos da infertilidade, esterilidade, estéril, dicas

Peso elevado e ginástica em excesso afetam fertilidade

Interferência ocorre em nível hormonal, comprometendo atividade ovariana

Dr. Vicente Abdelmassih      

  Casais que não conseguem ter filhos freqüentemente se perguntam se hábitos de vida podem comprometer sua condição fértil, ou seja, se podem afetar a capacidade de gerar filhos. Na área da reprodução assistida, os estudos demonstram que dois importantes fatores, o peso (elevado ou muito baixo) e a prática exagerada de exercícios físicos podem realmente afetar a fertilidade.
O acúmulo extra de quilos não abala apenas a saúde cardiovascular, o equilíbrio hormonal e a estrutura anatômica, mas pode significar o adiamento do desejo de ser mãe. Além de todos os problemas que o aumento de peso traz para a saúde em geral, acrescente-se um distúrbio de transmissão de sinais hormonais, o que pode afetar seriamente a fertilidade.
A obesidade influi decisivamente nos níveis de insulina liberados pelo pâncreas na mulher, desencadeando uma superprodução de hormônios masculinos pelos ovários, paralelamente à interrupção da liberação de óvulos.
A perda de peso, nesse caso, é a óbvia recomendação, mas há medicamentos que auxiliam a retomada da atividade ovariana em níveis que permitam conceber a gravidez mesmo em pacientes acima do peso. A resposta ao tratamento, porém, é individual.
Para os médicos, é importante assegurar que os níveis de glicose em pacientes acima do peso estejam normais antes que elas iniciem um tratamento para engravidar com auxílio das técnicas de Fertilização In Vitro que qualquer tentativa de gravidez e que não existam distúrbios metabólicos específicos da obesidade.
Malhadores compulsivos podem enfrentar dificuldades
É consensual no meio médico a recomendação de exercícios adequados e dieta balanceada como itens fundamentais à manutenção do peso e, como decorrência, de condições mais saudáveis de vida. Mas atenção: Excesso de exercícios, no homem, pode causar problemas relacionados à diminuição da produção de espermatozóides e, na mulher, pode afetar seriamente a ovulação. Uma carga normal de exercícios nunca afeta a fertilidade na imensa maioria dos casais.
Por outro lado, é difícil determinar com precisão os limites de atividade física para cada pessoa - uma aproximação disso pode ser obtida em academias e clínicas de fisiatria, que avaliam a relação entre gordura e massa muscular para determinar aspectos como freqüência e carga do exercício. Há estudos demonstrando, porém, que correr mais de 20 km por semana já pode ser considerado demais para quem está tentando conceber.
Magreza excessiva ou perda anormal de peso podem levar a um decréscimo significativo nas mensagens hormonais que o cérebro envia aos ovários e aos testículos. Esse hormônio liberador de gonadotrofinas, o GnRH, é produzido no hipotálamo e sua liberação condiciona a produção dos mensageiros LH e FSH pela glândula pituitária - e estes dois hormônios são decisivos para o desenvolvimento dos óvulos e dos espermatozóides.


O grau com que a perda de peso afeta a fertilidade pode variar.
Em casos mais leves, os ovários ainda podem ser capazes de produzir óvulos viáveis, mas as paredes do útero podem não estar aptas a receber um embrião, justamente por causa da queda na produção hormonal. Em casos mais severos, a ovulação simplesmente não ocorre e os ciclos menstruais são irregulares ou inexistentes.
Nos homens, baixo peso ou perda de peso também já foram associados à queda na produção de espermatozóides. Em ambos os sexos, se esses fatores forem identificados como redutores da fertilidade, o tratamento mais natural é a interrupção da perda de peso ou, em alguns casos, o ganho de peso. O tratamento medicamentoso é uma alternativa. Drogas à base de GnRH ou gonadotrofinas sintéticas substituem ou eliminam a necessidade das mensagens hormonais por parte do hipotálamo ou da glândula pituitária e podem restaurar por completo a fertilidade.

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