Peso elevado e ginástica em excesso afetam fertilidade
Interferência ocorre em nível hormonal, comprometendo atividade ovariana
Dr. Vicente Abdelmassih
O acúmulo extra de quilos não abala apenas a saúde cardiovascular, o equilíbrio hormonal e a estrutura anatômica, mas pode significar o adiamento do desejo de ser mãe. Além de todos os problemas que o aumento de peso traz para a saúde em geral, acrescente-se um distúrbio de transmissão de sinais hormonais, o que pode afetar seriamente a fertilidade.
A perda de peso, nesse caso, é a óbvia recomendação, mas há medicamentos que auxiliam a retomada da atividade ovariana em níveis que permitam conceber a gravidez mesmo em pacientes acima do peso. A resposta ao tratamento, porém, é individual.
Para os médicos, é importante assegurar que os níveis de glicose em pacientes acima do peso estejam normais antes que elas iniciem um tratamento para engravidar com auxílio das técnicas de Fertilização In Vitro que qualquer tentativa de gravidez e que não existam distúrbios metabólicos específicos da obesidade.
Malhadores compulsivos podem enfrentar dificuldades
Por outro lado, é difícil determinar com precisão os limites de atividade física para cada pessoa - uma aproximação disso pode ser obtida em academias e clínicas de fisiatria, que avaliam a relação entre gordura e massa muscular para determinar aspectos como freqüência e carga do exercício. Há estudos demonstrando, porém, que correr mais de 20 km por semana já pode ser considerado demais para quem está tentando conceber.
Magreza excessiva ou perda anormal de peso podem levar a um decréscimo significativo nas mensagens hormonais que o cérebro envia aos ovários e aos testículos. Esse hormônio liberador de gonadotrofinas, o GnRH, é produzido no hipotálamo e sua liberação condiciona a produção dos mensageiros LH e FSH pela glândula pituitária - e estes dois hormônios são decisivos para o desenvolvimento dos óvulos e dos espermatozóides.
O grau com que a perda de peso afeta a fertilidade pode variar.
Em casos mais leves, os ovários ainda podem ser capazes de produzir óvulos viáveis, mas as paredes do útero podem não estar aptas a receber um embrião, justamente por causa da queda na produção hormonal. Em casos mais severos, a ovulação simplesmente não ocorre e os ciclos menstruais são irregulares ou inexistentes.
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